Cultivando Serenidade: A Disciplina da Solicitude
Depois de certo tempo cultivando o silêncio e tomando decisões corretas, obtém um descanso na alma, essa transformação da alma acontece quando a serenidade toma lugar à ansiedade. Na solicitude ocorrem lutas de que ninguém mais fica sabendo. Batalhas profundas são travadas nos momentos em que se está só, e raramente elas dão subsídios para sermões ou ilustrações de livros. Deus, que sonda os nossos mais profundos pensamentos nos períodos em que necessitam de atenção. São nesses momentos que ele nos faz conscientes daquelas coisas que tentamos esconder dos outros.
Henri Nouwen descreve a solicitude com palavras de ordem prática e penetrante:
Na solicitude eu me liberto de toda a minha armação: nada de amigos com quem conversar, nenhum telefonema para dar, nenhuma reunião para ir, nenhuma música para ouvir, nenhum livro pra me distrair, apenas eu - nu, vulnerável, fraco, com pecado, sem nada para fazer, quebrantado - com mais nada. É esse nada que eu tenho que me defrontar na minha solicitude, um nada tão aterrorizante que todo o meu ser deseja correr para junto de meus amigos, para o meu trabalho, para tudo o que me distrai, para que assim eu venha a esquecer esse meu nada e passar a crer que eu tenho algum valor. Mas isso não é tudo. Assim que decido permanecer na minha solicitude, idéias confusas, imagens perturbadoras, incontroláveis fantasias e misteriosas associações de pensamentos atacam a minha mente tal como macacos atacam uma bananeira. A raiva e a avareza começam a mostrar as suas caras feias...
A minha tarefa é então perseverar na minha solicitude, ficando na minha célula até que todos os visitantes sedutores se cansem de bater em minha porta e deixe-me sozinho.
No grande espetáculo da vida, somos malabaristas, mágicos e na maior parte do tempo, grandes palhaços. Nos esquivamos das mais profundas realidades da vida, no qual somos levados a viver superficialmente. Precisamos deixar de lado essa tal religiosidade e passar a viver a serenidade daqueles que passam lutas e dificuldades sem ao menos qualquer pessoa precisar saber, com o controle do agir de Deus em nosso coração. O salmista procura viver uma transparência quando ele diz:
"Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno." (Salmo 139:1-4;23-24)
Quão preocupados nós podemos nos tornar... e, em consequência quão vazios!
Foi assim que Paulo repreendeu a igreja de Corinto:
"Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor e sim para pior. Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em parte, o creio. Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio. Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis. Porque, ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague. Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto, certamente, não vos louvo." (1 Coríntios 11:17-22)
Ele então instruiu cada um a passar tempo em solicitude e num auto-exame pessoal, a sós, com o Senhor:
"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque, se nós julgássemos a nos mesmos, não seríamos julgados."
Nós proferimos palavras, mas elas nada significam. Acabamos trafegando por verdades não vividas por nós, caímos em fraudes espirituais.
Uma das meditações do falecido A. W. Tozer:
Não será que a imperfeição de muitas de nossas experiências espirituais seja decorrente do nosso hábito de sair às pressas pelos corredores do Reino como crianças no mercado, tagarelando acerca de tudo, mas não parando para saber o real valor de nada?
Cultive sua serenidade!!!
Charles R. Swindoll e Mister: Vinícius Alves P. de Almeida
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